Ele pobre Ela rica Eles namoram.

Ele pobre. Ela rica Eles namoram.

O que é JUGO DESIGUAL?

Diz Paulo, inspirado pelo Espírito Santo: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos”, II Coríntios 6.14. Jugo desigual com os incrédulos para Calvino, “era nada menos que manter comunhão com as obras infrutíferas das trevas e estender-lhes a destra de companhia”. Significa estar ligado ao mesmo tempo, lado a lado na mesma canga. É a metáfora dos bois ou cavalos que têm de andar juntos, desfrutando das mesmas práticas, porque estão PRESOS na mesma canga. Isto não quer dizer que os crentes em geral não podem associar-se de qualquer forma com os incrédulos; pois então – de acordo com as palavras do próprio Paulo – seria preciso sair do mundo (I Co 5.10). Contudo, os crentes não devem ter comunhão com suas obras das trevas (Efésios 5.11) e nem se colocar em jugo desigual. A idéia é de dois animais que por serem diferentes tem jugos desiguais.Paulo instrui visando às relações do Corpo de Cristo com o mundo. O mundo faz o seu papel, já o sabemos. E o Corpo de Cristo? A temática de Paulo que aborda o tema da fuga da idolatria, refere-se também a questão do casamento – especialmente no consenso com a impiedade. Para fundamentar sua tese Paulo faz cinco perguntas retóricas (I Coríntios 6. 14 a 18):Que sociedade pode haver entre a justiça X iniqüidade? Crentes já justificados aprendem a discernir o que é certo e o errado. Quem aprende o caminho da justiça não o confunde mais. Vários profetas do Antigo Testamento combateram ardentemente a injustiça. Jesus chamou de bem aventurados os que têm fome e sede de justiça.Que comunhão, da luz X trevas? Quem vive nas trevas não enxerga a luz. Satanás se transforma em “anjo de luz” (II Coríntios 11.14). Somente quem está na luz tornar-se capaz de discernir, os demais são cegados e menos ainda podem ver. Que harmonia, entre Cristo X Maligno? Harmonia vem do grego sinfonesis, dá sentido de acordo ou pacto. Maligno ou belial pode ser traduzido por “coisa à toa”, o nada por excelência, eufemismo para ídolo ou satanás. Lembra a cena do julgamento de Cristo. E muitos ainda escolhem a Barrabás. Paulo parece não declarar uma escolha, mas aponta que pelos frutos podemos identificar com quem mais nos parecemos. Se nossas ações têm características mais afeitas a um ou a outro. Mais do referir-se a roupas, tão polêmicas, Paulo aborda o coração do problema.Que união, do crente X incrédulo? O crente não tem parte na vida do incrédulo. Não compartilham do estilo de vida dos incrédulos.Que ligação há entre o santuário de Deus X ídolos? Havia um contraponto com os templos gentios – sempre cheios de ídolos. É que os sacrifícios ali oferecidos são aos demônios e não a Deus (I Coríntios 10.20). Era preciso romper. Os coríntios tinham cessado de considerar pecado a prática da idolatria e corria-se o risco de introduzir um ídolo no culto a Deus. Daí a necessidade dos gentios entenderem que não poderiam mais freqüentar esses templos, tão pouco acharem que Deus se restringe a um lugar e finalmente alcançarem a idéia de que SÃO templos do Espírito Santo.Jugo desigual. Mais do que sobre casamento, entretanto também sobre casamento. Ao longo dos anos o conceito de jugo desigual foi ganhando e perdendo significados. Já fez referência a relacionamento entre crentes de denominações diferentes. Conheço um casal lindo que foi separado quando namoravam, nos anos 60, por ela ser batista e ele presbiteriano. Ela recebeu esta palavra de sua liderança e, mesmo sofrendo, cumpriu. Mais de quatro décadas depois se encontraram novamente. Ele viúvo. Ela ainda solteira. Casaram-se e são felizes. Conheço pessoas que compreendem jugo desigual como o casamento entre negros e brancos. Discordo plenamente. Penso que cheira a preconceito e discriminação. Para alguns, a diferença de idade seria um jugo. Especialmente quando a mulher tem muito mais idade. As controvérsias são ilimitadas. Contudo, há quem defenda que nas questões financeiras a situação seja das mais desconfortáveis. Paulo escreve a Timóteo e diz: “o amor do dinheiro é raiz de todos os males” (I Timóteo 6.10). Casamentos arranjados sempre foram presentes em nossa história. Por amor ao dinheiro pais “entregavam” seus filhos. Por amor ao dinheiro “golpes do baú” também foram dados. Dizem que o bolso é a parte mais sensível do corpo humano. Alguns pais impedem que seus filhos se relacionem por causa do dinheiro ou a falta dele. A questão é bastante ampla, mas não definitiva. Não se pode afirmar que tal relacionamento será inviável por conta de diferenças financeiras. Para quem ama o dinheiro namorar alguém rico pode ser sim um jugo desigual. Para quem ama a pessoa, não.